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26-05-2015

Deficiências auditivas e suplementos nutricionais e botânicos

deficiências auditivas As deficiências auditivas afectam perto de um terço dos adultos com idades compreendidas entre 65 e 74 anos. Esta percentagem passa para 50% nos adultos com idades entre 75 e 79 anos. Os suplementos nutricionais e botânicos podem ajudar a prevenir, ou até a atenuar, determinadas deficiências auditivas. Trata-se, nomeadamente, do ácido alfa-lipóico, da vinpocetina, do ginkgo biloba, da quercetina ou do magnésio.

3 milhões de portugês sofrem de audição deficiente. Um inquérito realizado pelo INSERM (Institut National de la Santé et de la recherche Médicale) indica que – na população de idosos com mais de 60 anos de idade – uma em cada três pessoas tem uma audição normal, 40% tem uma ligeira perda auditiva e 30% sofrem de uma perda auditiva média ou ligeira.
A perda de audição pode resultar de uma disfunção de uma parte do sistema auditivo. As causas incluem igualmente doenças, causas hereditárias, exposição ao ruído, ototoxicidade (contacto com agentes tóxicos para o ouvido interno, como certos antibióticos), uma lesão do nervo coclear e do cérebro.

Nos idosos, o tipo mais comum de perda auditiva é a presbiacúsia – um termo que descreve a perda auditiva atribuída ao envelhecimento e cuja causa específica continua a ser desconhecida. A presbiacúsia tem início por volta dos 30 anos, mas é sobretudo depois dos 50 anos de idade que se pode tornar socialmente incomodativa. A pessoa que ouve mal devido a presbiacúsia apresenta essencialmente uma perda auditiva ao nível das frequências elevadas. A compreensão da palavra torna-se pior porque a perda de audição está sobretudo localizada nos sons agudos.
A surdez é parcial, não abrange todas as frequências e os neurónios inicialmente “especializados” numa determinada frequência que deixa de ser solicitada em virtude da perda auditiva são capazes de responder a outras frequências audíveis. Verifica-se assim uma reorganização cerebral funcional do mapa das frequências ao nível do córtex, bem definida no animal.

Os acufenos, zumbidos, assobios e tinidos nos ouvidos, sem qualquer excitação exterior, produzem-se também com relativa frequência nos idosos e afectam 10% da população. Trata-se de um problema importante para 0,5% de entre eles. Podem acompanhar a perda auditiva.

Apesar de a sua causa ser desconhecida, podem no entanto ser sintomas de um problema no ouvido como uma infecção, uma obstrução do canal auditivo ou da trompa de Eustáquio, de otosclerose (excrescência do osso no meio do ouvido) ou da doença de Ménière, que se traduz por vertigens acompanhadas de acufenos.

O ácido alfa-lipóico protege das perdas auditivas induzidas pelos antibióticos e pela exposição ao ruído

Nos laboratórios de investigação sobre a audição da Duke University, em Durham, Carolina do Norte, investigadores examinaram quais os efeitos positivos que o ácido alfa-lipóico poderia ter nas lesões do tecido coclear do ouvido provocadas por antibióticos como os aminoglicosídeos. Recentemente, um determinado número de estudos mostrou que a gentamicina (um antibiótico do grupo dos aminoglicosídeos amplamente utilizado para tratar infecções da córnea, do sistema urinário e outras) estimulava a geração de radicais livres, o que sugere fortemente que este processo poderia desempenhar um papel importante na ototoxicidade induzida pelos aminoglicosídeos.

Partindo do facto de que determinados nutrientes possuem a capacidade de inactivar os radicais livres, os investigadores estudaram o poder do ácido alfa-lipóico na redução das lesões do ouvido quando provocadas por um antibiótico. Os trabalhos destes investigadores permitiram mostrar que animais protegidos através da toma de ácido alfa-lipóico não apresentavam uma audição tão danificada como os animais que apenas tomavam os antibióticos.
Os investigadores pensaram que o ácido alfa-lipóico estava particularmente adaptado à protecção do ouvido por ser amplamente distribuído, tanto nos tecidos aquosos como adiposos. Além disso, atravessa muito rapidamente a barreira hemato-encefálica e é bem absorvido pelos tecidos neurais.

Num estudo recente, o ácido alfa-lipóico combinado com vitamina E protegia contra a exposição a ruídos de impulsão de alta energia causados por explosões, que podem provocar danos funcionais e estruturais nos órgãos ocos, em particular, nos sistemas respiratórios e auditivos. Utilizando ratos, os investigadores examinaram se um curto período a tomar suplemento com antioxidantes poderia proteger dos danos do impacto de uma explosão. Administrou-se a um grupo de ratos 800 UI de vitamina E, 1000 g de vitamina C ou 25 mg de ácido alfa-lipóico.

Cada nutriente era administrado durante três dias. Ao quarto dia, os ratos foram profundamente anestesiados e expostos a uma vaga simulada de impacto de explosão. A toma do suplemento com vitamina E e com ácido alfa-lipóico inverteu a perda auditiva, mas não a toma do suplemento com vitamina C. A quantidade de ácido alfa-lipóico era relativamente baixa por comparação às quantidades de vitamina E utilizadas. As doses habituais de vitamina E utilizadas no homem podem ser de 800 UI por dia e a dose de ácido alfa-lipóico pode ser de 400 mg por dia. Os investigadores concluíram que doses relativamente baixas de ácido alfa-lipóico podem ajudar a proteger dos danos auditivos.

Realizaram-se inúmeras pesquisas sobre a capacidade do glutatião de ser um protector coclear natural, prevenindo os danos radicalares. Alguns estudos mostraram que o ácido alfa-lipóico aumenta os níveis de glutatião intracelular até 70%. A sua capacidade de regenerar e de fazer subir os níveis de vitaminas E e C no organismo enquadra-se nos benefícios do ácido alfa-lipóico relativamente à protecção da audição. Estas vitaminas desempenham um papel importante na neutralização dos radicais livres.

Trabalhos científicos publicados há alguns anos haviam mostrado que determinadas vitaminas restabeleciam a perda auditiva recente, em particular as perdas auditivas ligadas à doença de Ménière. Esta doença é caracterizada por vertigens frequentes, acufenos e uma perda auditiva progressiva. A sua causa é desconhecida. O tratamento da perda auditiva implicava a utilização das vitaminas B12, B1, B5, um esteróide, um diurético e ácido alfa-lipóico.

Este tratamento “vitamínico” foi comparado a um tratamento descrito como “convencional” e que incluía um esteróide, vitamina B, dextrano e um anestésico local. Foram tratados 454 ouvidos por surdez súbita e 354 casos de perda de audição perceptiva provenientes de outras causas. Os dois tratamentos revelaram-se igualmente eficazes. Mas, nos novos casos de perda auditiva, tratados num prazo de quatro semanas após o seu aparecimento, o tratamento “vitamínico” produziu melhores resultados. De igual modo, nos casos de perda auditiva grave ou de sintomas vestibulares (vertigens, perda de equilíbrio, náuseas…) o tratamento “vitamínico” era mais eficaz. O mesmo se verificava nos pacientes com doença de Ménière. De salientar que o tratamento “vitamínico” continha ácido alfa-lipóico numa dose de 200 mg.

A Vinpocetina atrasa as perdas auditivas e restabelece determinadas funções auditivas

A vinpocetina foi administrada em doses de 15 a 35 mg a 18 sujeitos com uma ampla variedade de graus de perturbações da percepção auditiva. 8 sujeitos evidenciaram uma melhoria significativa da sua função auditiva (entre 10 a 30 dB para quatro de entre eles e mais de 40 dB para os restantes quatro). Isto quer dizer que existiam melhorias mensuráveis na compreensão das palavras, em particular nas situações em que havia muito barulho à volta dos pacientes. Os resultados eram melhores com doses mais elevadas. Os investigadores observaram que era assim possível obter melhorias significativas da função auditiva em particular nos pacientes jovens ou de média idade.

Em inúmeros estudos, a vinpocetina permitiu mitigar as deficiências das funções auditivas associadas às diferentes alterações sensoriais e neurais bem como às vertigens. A perda auditiva ligada ao envelhecimento, as alterações vasculares da audição e determinadas perdas auditivas das frequências elevadas causadas por agressões ambientais foram mitigadas pela vinpocetina. Na doença de Ménière (vertigens acompanhadas de acufenos), a vinpocetina mostrou-se superior aos restantes agentes vasodilatadores.

A surdez perceptiva é geralmente uma forma hereditária de perda auditiva, mas pode também ter outras causas. Existem estudos que mostraram a eficácia da vinpocetina em determinadas formas de surdez, bem como no caso de problemas otológicos acompanhados de vertigens e de acufenos. É igualmente útil nos casos de surdez vascular, de perda auditiva ligada à idade e de surdez súbita acompanhada por disfunções fisiológicas.

Alguns estudos mostraram também que a vinpocetina pode ajudar a prevenir os danos ligados à ototoxicidade, nomeadamente dos antibióticos, da aspirina e dos diuréticos.

A vinpocetina estimula os níveis intracelulares de guanosina monofosfato cíclico (um mensageiro celular de comunicação indispensável à produção de óxido nítrico) e aumenta o relaxamento dos músculos involuntários vasculares. Pode baixar a resistência das células dos capilares dos ouvidos e das células cocleares, bem como proteger e propiciar o aumento da circulação sanguínea.

Um estudo realizado na Universidade médica de Semmelweis, Budapeste, na Hungria, mostrou – em culturas de células de porquinhos-da-índia – que os bioflavonóides como a ipriflavona e a quercetina podiam ter um efeito benéfico na otosclerose. Estes bioflavonóides conduzem a uma diminuição do processo das lesões escleróticas agindo de forma sinérgica para estimular a síntese do colagénio. Quando o colagénio se degenera, torna-se um local privilegiado para a formação de lesões. Como a quercetina tem uma hidrossolubilidade superior à da ipriflavona, os investigadores acreditam que ela será provavelmente mais eficaz a controlar a perturbação otosclerótica da remodelação do osso.

O magnésio contra os danos auditivos ligados ao ruído

O interesse do magnésio para ajudar a proteger a audição das agressões da poluição por ruído está demonstrado. Num estudo, 300 jovens militares saudáveis cumprindo uma recruta de dois meses de treino foram expostos de forma repetida a elevados níveis de ruídos inesperados. No início de cada dia, os recrutas tomavam uma dose de 167 mg de magnésio (na forma de aspartato de magnésio) ou um placebo.

No final do estudo os resultados eram espantosos: os recrutas que tomaram o placebo apresentavam uma perda auditiva permanente significativamente superior à dos que haviam tomado o magnésio. Os danos eram significativamente mais frequentes e mais graves no grupo que tomou o placebo do que no que tomou o magnésio. Outros estudos realizados evidenciaram efeitos semelhantes.

Ginkgo biloba e acufenos

Em 1986, um estudo provou a eficácia do ginkgo biloba no tratamento dos acufenos. Os zumbidos desapareceram por completo em 35% dos pacientes testados, com uma melhoria perceptível a partir do 70º dia.
De seguida, 350 pacientes com falhas de audição devidas ao envelhecimento foram tratados com extracto de ginkgo biloba com uma taxa de êxito de 82%. Além disso, um estudo de seguimento de 137 pacientes do grupo original revelou que 5 anos mais tarde 67% de entre eles continuavam com uma audição melhor.

Recentemente, um artigo alemão examinou e avaliou 19 ensaios clínicos que visavam os efeitos de um extracto de ginkgo biloba nos acufenos. Os resultados de oito destes estudos controlados relativos a acufenos causados por uma insuficiência cerebrovascular ou outras desordens mostraram em grande parte a superioridade do tratamento com ginkgo biloba comparativamente ao placebo ou a outros medicamentos em períodos de um a três meses. Estudos abertos, alguns envolvendo um grande número de pacientes, revelaram melhorias apreciáveis por tratamento com um extracto de ginkgo biloba. Os sucessos terapêuticos não estavam directamente ligados à génese nem à duração dos acufenos. Contudo, o exame dos factores de prognóstico indica que se podem esperar melhores resultados de um tratamento precoce.


Referências :

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Interplay between lipoic acid and glutathione in the protection against microsomal lipid peroxidation, Biochel Biophys Acta, 963;558-561.
The efficacy of lasix vitamin therapy for sudden deafness and other neurosensorineural hearing loss, Acta Otolaryngol. 1991;486:78-91.
Vitamin E and lipoic acid, but not vitamin C improve blood oxygenation after high-energy impulse noise (BLAST) exposure, Biochem Biophys Res Commun, 1998;253(1):114-118.
Therapeutic action of cavinton in hearing defects of neurologic origine, Ther Hung, 1978;26:16-19.
Ethyl apovincaminate in the treatment of sensorineural impairment of hearing, Arzneimittelforschung, 1976;26:1977-1980.
Action of cavington on hearing defects of different origin. Ther Hung, 1978;26:16-19
Effect of ethyl ether of apovincaminic acid (Cavinton) on the ototoxic action of sisomicin in guinea pigs. Otolaryngol Pol, 1990;44:122-129.
Flavonoids alter bone-remodeling in the auditory ossicle organ cultures. Acta Otolaryngol, 1995;115:296-299.
Oral magnesium intake reduces permanent hearing loss induced by noise exposure. Am J Otolaryngol, 1994;15:26-32.
Pills may replace ear-muffs for protection against damaging noise. Lancet, 1998;351:1411.
Trial of an extract of Ginkgo biloba for tinnitus and hearing loss. Clin Otolaryngol, 1988;13:501-502.
Ginkgo special extract Egb 761 in tinnitus therapy. An overview of results of completed clinical trials. Fortschr Med 2001; 118 (4):157-164.
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