03-05-2017
Obesidade – as propriedades promissoras dos brócolos

Há algum tempo, evocámos as
múltiplas vantagens que as couves têm para a saúde. Contendo inúmeros nutrientes e antioxidantes, os brócolos confirmaram novamente o seu potencial terapêutico. Com efeito, investigadores japoneses mostraram que um composto dos brócolos poderia ter efeitos positivos contra a obesidade. Sabendo que a obesidade se tornou um desafio à escala mundial em termos de saúde pública, esta descoberta abre perspectivas promissoras. Em 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calculava que 1,9 mil milhões de adultos no mundo teriam excesso de peso, e de entre eles 600 milhões estariam em situação de obesidade
1 . Este número alarmante tinha aliás duplicado desde 1980. Estes novos resultados sobre os brócolos são estudados de perto pela comunidade científica e pelo corpo médico. Façamos o ponto de situação sobre este estudo publicado na revista
Diabetes2.
Uma nova abordagem terapêutica contra a obesidade
Os investigadores japoneses interessaram-se por um composto específico dos brócolos: a glucorafanina. Partiram da hipótese de que esta molécula poderia actuar numa cascata de reacções no organismo: a viaNrf2. Ligada à activação do factor celular Nrf2 (nuclear factor erythroid-2-related factor 2), esta via poderia permitir combater a obesidade. Foi isso mesmo que revelaram vários estudos realizados com ratinhos. A via Nrf2 permitiria atenuar a obesidade e limitar a resistência à insulina. É por essa razão que várias equipas de investigação tentam encontrar soluções para induzir esta cascata de reacções e, dessa forma, combater a obesidade. Graças a esta nova abordagem terapêutica, os investigadores esperam poder diminuir a inflamação crónica que está na origem do desenvolvimento da obesidade e melhorar a balança energética das pessoas em situação de obesidade.
Os resultados promissores da toma de um suplemento de glucorafanina
Para avaliar os efeitos da glucorafanina dos brócolos, os investigadores administraram suplementos a ratinhos que ingeriam uma alimentação rica em gorduras. A toma do suplemento produziu resultados encorajadores para atenuar a obesidade e a esteatose hepática, uma afecção que se pode manifestar nos indivíduos diabéticos, obesos ou alcoólicos. Os cientistas revelaram que os ratinhos que tomaram o suplemento possuíam índices plasmáticos mais baixos de lipopolissacáridos, bem como uma menor abundância de determinadas bactérias no respectivo microbiota intestinal. Além disso, a glucorafanina parece ter aumentado os gastos energéticos e a expressão de certas proteínas e, por outro lado, parece diminuir a expressão de genes hepáticos lipogénicos, a peroxidação lipídica e determinadas vias de sinalização inflamatória. Graças e estas diferentes acções, a glucorafanina dos brócolos poderia por conseguinte modular e atenuar a obesidade e a resistência à insulina, bem como a esteatose hepática não alcoólica. Estes primeiros resultados foram comparados aos efeitos da toma de um suplemento de glucorafanina em ratinhos cuja via Nrf2 havia sido inactivada. Tal comparação permitiu confirmar que a glucorafanina actuaria realmente ao nível desta cascata de reacções.
Embora sejam necessários estudos complementares, a glucorafanina dos brócolos parece constituir uma pista séria para induzir a via Nrf2 e, desse modo, atenuar a obesidade. Esta nova descoberta confirma igualmente o interesse terapêutico dos brócolos. Por esta razão foram desenvolvidos complementos alimentares à base de brócolos. Estes suplementos são formulados a partir de extractos de brócolos normalizados em princípios activos para tirar o melhor partido possível das suas virtudes. É o caso da fórmula Broccoli Sulforaphane Glucosinolate.
> Fontes:
1. Organisation Mondiale de la Santé (OMS), Obésité et surpoids, Aide-mémoire N°311, Junho de 2016.
2. Naoto Nagata, Liang Xu, Susumu Kohno, Yusuke Ushida, Yudai Aoki, Ryohei Umeda, Nobuo Fuke, Fen Zhuge, Yinhua Ni, Mayumi Nagashimada, Chiaki Takahashi, Hiroyuki Suganuma, Shuichi Kaneko, Tsuguhito Ota, Glucoraphanin Ameliorates Obesity and Insulin Resistance Through Adipose Tissue Browning and Reduction of Metabolic Endotoxemia in Mice, Diabetes Fev. 2017; db160662.
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