09-04-2013
Primavera: pense na sua cura de desintoxicação
Todas as medicinas alternativas estão de acordo: em cada mudança de estação o organismo tem necessidade de um pequeno “empurrão” para drenar as toxinas e produtos tóxicos acumulados na estação anterior. Durante dez dias consecutivos, será necessário rever o conteúdo dos pratos e facilitar o trabalho dos emunctórios através do uso de determinados complementos fitonutricionais.
A poluição química ambiental
(aditivos alimentares, resíduos de pesticidas, produtos de limpeza) , uma má higiene de vida
(alimentação desequilibrada, stress, sedentarismo) ou ainda a toma crónica de medicamentos são grandes fontes de resíduos que põem à prova os emunctórios e reduzem a energia vital do organismo.
Em primeiro lugar é importante rever o conteúdo dos pratos, privilegiando a cada refeição várias fontes vegetais: frutos frescos ou secos, legumes frescos crus ou cozidos, alimentos cerealíferos completos com índices glicémicos baixos e privilegiando sempre, durante este período, fontes de proteínas de origem vegetal com legumes secos ou soja, em todas as formas. Quanto às bebidas, deverão ser consumidas em abundância e sobretudo sem álcool, sem cafeína e sem adição de açúcar.
Em simultâneo com estas modificações nutricionais é praticamente indispensável recorrer a plantas e nutrientes que facilitem a drenagem hepática e a eliminação renal das toxinas e produtos tóxicos do organismo. Seleccionámos os mais eficazes para este período da Primavera.
- Desmodium adscendens
Esta planta herbácea orginária da África equatorial melhora consideravelmente o trabalho do fígado. Frequentemente utilizada como complemento de tratamentos convencionais em caso de hepatites para evitar a icterícia, protege e regenera os hepatócitos, normalizando os níveis de gama-GT e de transaminases (ASAT e ALAT).
- Triphala: <./b>
Este suplemento lendário da medicina ayurvédica é uma mistura em proporções específicas de três frutos: harada (Terminalia chebula), amla (Emblica officinalis) e behada (Terminalia belerica) dotados de propriedades adstringentes, que limpam suavemente o cólon e criam um ambiente bioquímico favorável no intestino, e de seguida em todo o organismo, apoiando os mecanismos naturais de eliminação.
- Cardo mariano (Silybum marianum)
Esta planta da família das asteráceas, prima da alcachofra, é utilizada desde a antiguidade como drenante, depurativo e, sobretudo, revitalizante hepático. É sobretudo preconizada na prevenção e no tratamento das cirroses e das hepatites, mas também para regenerar as células danificadas em caso de intoxicações por substâncias naturais ou sintéticas. Os seus constituintes activos, os flavonóides, agrupados sob o termo de silimarina, actuam directamente na regeneração dos hepatócitos e na estimulação da eliminação das toxinas.
- Chrysanthellum américanum
Originária dos altos planaltos africanos e da América do Sul, esta planta contém três tipos de flavonóides. Protege as células do fígado e activa sobretudo a secreção biliar, o que facilita a evacuação dos micro-cálculos. É geralmente utilizada pela sua acção hepatoprotectora relativamente ao álcool e pelas suas propriedades estimulantes ao nível do sistema digestivo.
- Rábano negro (Raphanus sativus)
Conhecido por “limpar” o organismo graças aos diversos compostos de enxofre contidos na sua raiz, drena o fígado e activa a secreção e a eliminação da bílis. Será, por isso, o aliado ideal neste período primaveril.
- O extracto de folhas de alcachofra
Rica em cinarina, é utilizada tradicionalmente pelas suas propriedades coleréticas, ou seja, que aumentam a secreção de bílis, e colagogas dado que encaminha a bílis para os intestinos, drenando assim de forma natural as toxinas e produtos tóxicos do organismo
Outras substâncias nutricionais podem também complementar os efeitos das plantas enumeradas acima:
- As substâncias lipotrópicas, que se fixam nas gorduras e permitem quer a sua degradação no fígado, quer a sua eliminação para fora do fígado. A metionina, a colina, a betaína e o inositol são protectores hepáticos que propiciam a desintoxicação aumentando a actividade de determinadas enzimas específicas.
- A N-Acetilcisteína (NAC) é também um excelente agente desintoxicante do fígado, tal como a SAM-e que apoia a síntese do glutatião, um antioxidante essencial. De facto, o L-glutatião reduzido, pela presença do seu grupo tiol, é o principal nutriente do fígado, que permite neutralizar os agentes tóxicos e os poluentes. Ao transformar estes agentes em compostos solúveis, estes podem ser facilmente eliminados do organismo pela bílis ou pela urina.
- A curcumina permite contrariar a acção hepatotóxica de substâncias xenobióticas aumentando a capacidade de desintoxicação do fígado e os níveis da enzima glutationa-S-transferase e da glucuronil transferase (UDP), importantes para as reacções da 2ª fase.
- O AHCC (Active Hexose Correlated Compound) melhora de forma geral a desintoxicação hepática e é utilizado sobretudo para melhorar os sintomas associados às patologias hepáticas graves (hepatites ou cirrose).
A primeira intenção deverá ser eliminar as toxinas e produtos tóxicos lipossolúveis com plantas hepatoprotectoras. Contudo, por vezes isso é insuficiente, sobretudo para desalojar do organismo as toxinas hidrossolúveis. Convém, por isso, recorrer também a plantas com um efeito drenante-diurético, como as extremidades floridas da Ulmária (Filipendula ulmaria) e as folhas de dente-de-leão (Taraxacum officinale), que propiciam a eliminação renal dos resíduos conservando o potássio no organismo. E para completar este processo de desintoxicação, o recurso à Chlorella pyrénoïdosa, uma alga unicelular microscópica de água doce, permitirá facilitar a eliminação das toxinas do organismo, e em especial os metais pesados, que podem perturbar o funcionamento ideal dos órgãos. Encomendar os nutrientes evocados neste artigo
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