Conservar ou recuperar a sua energia na rentrée

É sempre difícil “retomar a actividade” na rentrée escolar. O Verão deixou um conjunto de maus hábitos… Ritmos de refeições e de sono desestruturados, alimentação menos equilibrada do que no resto do ano, ingestão regular de álcool e muito para além do que o corpo consegue por vezes aceitar… É altura de acertar o ritmo e retomar os bons hábitos de vida para conservar ou recuperar a energia e a motivação suficientes para trabalhar e realizar as tarefas quotidianas.

Primeira boa resolução para toda a família; tomar um complexo “multi”

Apesar da uma alimentação equilibrada e da escolha de alimentos biológicos, é muito difícil variar todos os dias a alimentação de forma a fornecer ao organismo todos os nutrientes de que ele precisa diariamente. O primeiro reflexo é por isso apostar num complexo que forneça todas as substâncias que lhe permitam funcionar em pleno.
Para tal, é indispensável recorrer a fórmulas completas, que forneçam pelo menos quarenta nutrientes essenciais e que tenham em conta os mais recentes avanços da investigação em matéria de biodisponibilidades e de dosagens. Devem estar presentes todos os minerais, as vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis, todo o espectro de carotenóides e da vitamina E, bem como polifenóis específicos.
Para beneficiar de uma eficácia ideal e sobretudo garantir uma concentração tecidual suficiente, é por vezes necessário tomar este tipo de complexo “multi” não apenas uma vez, mas até três vezes por dia, às principais refeições.

Segundo eixo: retomar o ritmo de sono

Antes de tudo, para dormir melhor é preciso não esquecer algumas noções de bom senso: o jantar não deve ser demasiado frugal nem demasiado copioso, não deve incluir demasiadas gorduras animais e sobretudo incluir muito pouca L-tirosina (que propicia a produção de dopamina) e uma boa dose de L-triptofano – um aminoácido precursor da serotonina, da melatonina e da niacina. Por esta razão, é fortemente desaconselhado consumir queijos à noite. Paralelamente, é interessante comer cereais e tubérculos com IG baixo, que propiciam a entrada do L-triptofano ao nível da barreira hemato-encefálica, evitando a competição entre os aminoácidos.
Contudo, não encontramos na alimentação quantidade suficiente deste aminoácido precioso, pelo que é necessário recorrer a suplementos nutricionais:

- Quer directamente na forma de L-triptofano, dado que promove o sono e melhora a qualidade desse sono em caso de insónia ligeira. Nesta indicação é desejável tomar 500 mg a 1 g de L-triptofano ao fim do dia ou ao princípio da noite.
- Seja na forma de 5-HTP, o metabolito do L-triptofano. Com efeito, algumas pessoas sentem-se melhor com este precursor directo da serotonina. Naturalmente presente na Griffonia Simplicifolia, actua não só nas insónias como também no stress e na angústia que podem por vezes acompanhar a retoma das actividades profissionais.

Para ajudar a recuperar de forma natural um sono de boa qualidade, algumas fórmulas específicas à base de valeriana – uma planta que actua no sistema parassimpático – de Rhodiola rosea, de lúpulo e de Eschscholzia californica constituem alternativas muito boas aos soníferos, sem efeitos secundários.

Em caso de tensões antes de se ir deitar, aconselha-se a toma de GABA. Este neurotransmissor inibitório pode também induzir, cerca de uma hora após o seu consumo, um efeito relaxante, descontraindo os músculos, útil para propiciar um adormecer sereno.

E, por fim, para os que têm tendência de se deitar muito tarde à noite e que não se conseguem recompor, o recurso a um suplemento de melatonina é sem dúvida a melhor solução, em comprimidos ou em spray, dado que é mais eficaz no prazo de meia hora em 90% das pessoas.

Em terceiro lugar, apostar em nutrientes anti-stress

Escola nova, trabalho novo, serviço novo ou simplesmente caixa de correio atulhada e escritório invadido por pastas hiper urgentes, tudo razões suficientes para ter um ataque de stress na rentrée!
A fim de limitar os danos, é sempre possível apostar nos tesouros do mar com:

- Um hidrolisado de proteínas de peixe dos grandes fundos oceânicos , que fornece pequenos péptidos precursores das endorfinas e de outros neurotransmissores tais como a serotonina e a melatonina.
- Óleo de Krill , que fornece – além dos omega-3 de cadeia longa (EPA e DHA) – fosfolípidos que permitem que eles transponham mais facilmente a barreira hemato-encefálica e penetrem nos neurónios do sistema nervoso central.

Existem outros nutrientes igualmente eficazes para combater um stress passageiro: - A L-teanina, um aminoácido apenas encontrado nas folhas do chá. Consegue transpor a barreira hemato-encefálica e produzir no cérebro efeitos calmantes aumentando as ondas alfa, que são geradas aquando de uma massagem, de um banho quente ou de uma sessão de meditação. A síntese de GABA é aumentada, mas sem criar adormecimento, de forma a que a L-teanina possa ser consumida desde o pequeno-almoço para ter a certeza de passar um dia calmo e sem stress.
- O noopept, um dipéptido constituído por prolina e glicina, desenvolvido na Rússia e objecto de uma patente há 20 anos. Possui a capacidade de estimular alguns receptores (dopaminérgicos, serotoninérgicos) e, por conseguinte consegue reduzir significativamente a ansiedade, o stress e a irritabilidade, bem como melhorar o humor e o sono. - O magnésio, e mais particularmente determinadas formas facilmente assimiláveis, biodisponíveis e não irritantes para os intestinos frágeis por vezes muito maltratados durante o Verão com o excesso de legumes crus: bisglicinato, glicerofosfato, citrato, malato, pidolato. - O posinol, extraído de Apocynum venetum. Pode ser visto como último recurso caso a volta ao trabalho implique verdadeiramente um nó no estômago. O seu potente efeito ansiolítico, comparável ao das benzodiazepinas, associado à sua eficácia comprovada nas depressões ligeiras a moderadas tornam-no um aliado para os indivíduos mais ansiosos.

E por último: potenciar a sua vontade de ir trabalhar

Quando nos surpreendemos a sussurrar “não quero ir trabalhar”, isso pode querer dizer que está na altura de mudar de trabalho ou simplesmente que temos falta de Dopamina. Para aumentar os níveis deste neurotransmissor da vontade e da motivação é preciso apostar em:

- L-tirosina, o aminoácido precursor directo da dopamina, associado – se possível – à vitamina B6, que é um co-factor nesta reacção. Determinadas formas como a N-acetil-L-tirosina são rapidamente convertidas em dopamina, devendo portanto ser as preferidas.
- L-feniletilamina que estimula não só os neurónios dopaminérgicos como cria igualmente um sentimento de bem-estar muito rápido. Esta substância está disponível isolada ou está naturalmente presente numa alga reconhecida, a Klamath. A biodisponibilidade desta substância é aliás melhorada pela L-teanina e pela cafeína.
- Mucuna pruriens, uma planta ayurvédica que possui efeitos neuroestimulantes comprovados, dado que aumenta o nível de dopamina no cérebro. Para um máximo de eficácia, é sempre aconselhável optar por extractos normalizados em L-dopa.
- NADH ou nicotinamida adenina nucleótido, que estimula de forma natural os neurotransmissores dopamina, noradrenalina e serotonina, e permite – por seu lado – manter um equilíbrio emocional estável e reconstituir os níveis de energia.

A todas e a todos, bom regresso!