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23-08-2017

Indispensável Q10 em caso de toma de estatinas

Bio-statines A questão aqui não é saber se se deve ou não continuar a tomar estatinas, alopáticas ou naturais como a levedura vermelha de arroz, mas sim de tomar em simultâneo um suplemento com coenzima Q10. Com efeito, se, por qualquer razão, foi receitada uma estatina, a toma de um suplemento em Co-Q10, e mais particularmente em ubiquinol, torna-se praticamente obrigatória como complemento desta classe de medicamentos ou de suplementos, por forma a mitigar os efeitos secundários.

Porque é que a toma de estatinas tem impacto nos níveis de Q10 ?

As estatinas, quer sejam naturais como a levedura vermelha de arroz ou receitadas pelo médico (simvastatina, pravastatina, atorvastatina, rosuvastatina), são uma forma eficaz de reduzir os lípidos no sangue, mas como qualquer medicamento ou suplemento muito eficaz, possuem efeitos secundários, nomeadamente neste caso uma redução plasmática dos níveis de CoQ10 que poderia explicar em parte as dores musculares mas talvez também as disfunções cognitivas observadas nos animais tratados com estatinas.
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Na verdade, estima-se que 5 a 10% dos indivíduos que tomam estatinas – até mesmo 22% em alguns estudos – sofrem de problemas musculares, que podem ir da simples dor até à rabdomiólise (degenerescência do tecido muscular).
Ao inibir a enzima HMG-CoA redutase, as estatinas bloqueiam não só a produção endógena de colesterol no fígado como também (de forma secundária) a síntese de coenzima Q10, o que explica a queda observada nos níveis deste antioxidante endógeno lipossolúvel em determinadas pessoas tratadas com estes medicamentos. A levedura vermelha de arroz, o policosanol e o óleo de farelo de arroz actuam também sobre esta enzima chave do metabolismo lipídico, podendo – a longo prazo – conduzir a diminuição no nível de Co-Q10 plasmática.

Desde o início dos anos 90 do século XX, que o cardiologista Peter Langsjoen do centro médico de Tyler no Texas havia tornado públicos os resultados de um estudo que mostrava claramente os mecanismos pelos quais a toma de estatinas baixava não só o índice de colesterol como inibia também a síntese endógena de CoQ10, o que – na sua opinião – constituía um novo risco de doença cardíaca dado que é sabido que a CoQ10 é indispensável ao bom funcionamento do sistema cardiovascular.
Nos anos seguintes, mais de uma dezena de ensaios controlados evidenciaram que a toma de estatinas levava a uma redução significativa (de 19 a 54%) do nível plasmático de CoQ101,2,3 bem como a uma disfunção das mitocôndrias.
Num estudo realizado no hospital universitário de Praga em 2012, a toma de Q10 durante 6 meses permitiu reduzir as dores musculares (mialgias) em cerca de 54% e a fraqueza muscular em 44%, ambas induzidas pela toma de estatinas4.

Um estudo confirma a redução do nível plasmático de CoQ10 nos pacientes tratados com estatinas.

Investigadores dinamarqueses constataram que a toma de simvastatina – um dos inúmeros medicamentos actualmente receitados para baixar o índice de colesterol – reduzia a tolerância à glicose e o nível de Q10. Os resultados por eles obtidos5, publicados na revista do American College of Cardiology mostram com efeito que, apesar de as estatinas apresentarem vantagens para milhões de pessoas com risco de doença cardiovascular, o efeito destas no nível de Q10 – um co-factor mitocondrial importante – não foi difundido correctamente nos meios de comunicação médicos tradicionais.
Este estudo foi realizado envolvendo 10 pessoas que tomavam simvastatina há pelo menos um ano e 10 sujeitos saudáveis. Os participantes foram submetidos a testes de tolerância oral à glicose, a biópsias dos músculos esqueléticos e a análises sanguíneas.
Um dos efeitos secundários frequentemente encontrados quando se tomam estatinas é a dor muscular; não se conhece ainda, no entanto, o mecanismo que dá origem a essa dor. A hipótese dos investigadores é que a redução do nível de Q10 nos músculos esqueléticos poderia atenuar a capacidade de fosforilação oxidativa nas mitocôndrias.
Quatro pessoas no grupo que tomava simvastatina relataram dores musculares.
Os investigadores constataram que – nos sujeitos tratados com simvastatina – os níveis de glicose eram significativamente mais elevados nos testes de tolerância à glicose por via oral do que nos sujeitos saudáveis do grupo de controlo. Além disso, ao comparar os resultados da biópsia de tecidos, a CoQ10 e a capacidade de fosforilação oxidativa eram diminuídas nos sujeitos tratados com a simvastatina, o que poderia explicar em parte a dor muscular e a intolerância ao exercício relatada por muitos pacientes com o seu tratamento com estatinas.

Q10 para limitar a inflamação e o stress oxidativo nos pacientes que tomam estatinas e com estenose das coronárias

Segundo os resultados de um ensaio aleatório 6, relatado no Nutrition Journal, a toma de 300 mg por dia de Q10, permitiu reduzir a inflamação e aumentar a actividade das enzimas antioxidantes em indivíduos com patologias coronárias e que tomavam estatinas. Um stress oxidativo elevado associado a uma inflamação crónica podem, de facto, contribuir para a patogénese das doenças cardiovasculares.
Investigadores de Taiwan administraram a 42 homens e mulheres, tratados com estatinas há pelo menos um mês e com estenose coronária, 300 mg de Q10 ou um placebo durante 12 semanas. Procedeu-se à recolha de amostras de sangue no início e no final do ensaio, análises essas que foram analisadas para determinar: os níveis de CoQ10, de vitamina E, de determinados marcadores da inflamação (a proteína C-reactiva, o factor de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), e a interleucina-6), e a actividade das enzimas antioxidantes tais como a superóxido dismutase (SOD), a catalase e a glutatião peroxidase.
Nos sujeitos que tomaram CoQ10, os investigadores observaram uma redução da interleucina-6 e do TNF-alfa, o que indica uma diminuição da inflamação, bem como subidas significativas comparativamente ao grupo controlado por placebo, dos níveis de SOD, de catalase, de glutatião peroxidase e de vitamina E.
Os autores concluíram que “os pacientes com doenças coronárias poderiam beneficiar da utilização de suplementos de coenzima Q10 para potenciar a sua capacidade antioxidante e anti-inflamatória durante um tratamento com estatinas”.
Um estudo 7 mais antigo havia já demonstrado que a toma de CoQ10 podia melhorar a função endotelial nos pacientes diabéticos que tomavam estatinas. Neste estudo realizado em dupla ocultação com duração de 12 semanas envolvendo 23 diabéticos de tipo 2 a tomar estatinas, a toma de 200 mg de CoQ10 por dia havia de facto melhorado a função endotelial limitando os malefícios do stress oxidativo ao nível vascular.
A descida do nível de CoQ10 no organismo, causada pela toma de estatinas, é portanto problemática dado que acarreta uma diminuição da energia celular e uma descida notável da protecção antioxidante, podendo danificar o ADN, os lípidos e as proteínas, acelerando assim os processos de envelhecimento e as doenças a ele associadas.
Deve ponderar-se a toma de um suplemento em Q10, de preferência na forma de ubiquinol – a forma reduzida de Co-Q10 – dado que no plasma sanguíneo mais de 90% da CoQ10 existe nesta forma reduzida. Além disso, a toma de ubiquinol permite aumentar directamente as concentrações plasmáticas de Q10 na sua forma reduzida. Na realidade, como o ubiquinol já é uma forma reduzida, o organismo não precisa de modificar este nutriente. Por isso, assim que é engolido, o ubiquinol está pronto a entrar no processo de respiração celular e de produção energética, ao contrário da CoQ10 tradicional, na forma de ubiquinona, que necessita de uma redução enzimática inicial.
Assim, como as estatinas baixam os níveis de CoQ10 no organismo, e tendo em conta a sua importância capital ao nível cardiovascular e também mais alargada, todos os que tomam uma estatina são veementemente aconselhados a tomar um suplemento de ubiquinol, à razão de 100 a 200 mg, no mínimo, por dia.




1- Hargreaves IP et al. The effect of HMG-CoA reductase inhibitors on coenzyme Q10: possible niochemical/clinical implications. Drug Safe 2005;28:659-676.
2- Folkers K et al. Lovastatin decreases coenzyme Q10 levels in humans. Proc Natl Acad Sci USA 1990;87:8931-8934.
3- Ghirlanda G et al. Evidence of plasma CoQ10-lowering effect by HMG-CoA reductase inhibitors : a double-blind, placebo-controlled study. J Clin Pharmacol 1993;33:226- 229.
4- Zlatohlavek et al. The effect of coenzyme Q10 in statin myopathy. Neuroendocrinology Letters 2012;33(Suppl.2): 98-101.
5- Larsen S1, Stride N, Hey-Mogensen M, Hansen CN, Bang LE, Bundgaard H, Nielsen LB, Helge JW, Dela F. Simvastatin effects on skeletal muscle: relation to decreased mitochondrial function and glucose intolerance. J Am Coll Cardiol. 2013 Jan 8;61(1):44-53. doi: 10.1016/j.jacc.2012.09.036.
6- Lee BJ, Tseng YF, Yen CH, Lin PT1. Effects of coenzyme Q10 supplementation (300 mg/day) on antioxidation and anti-inflammation in coronary artery disease patients during statins therapy: a randomized, placebo-controlled trial. Nutr J. 2013 Nov 6;12(1):142. doi: 10.1186/1475-2891-12-142.
7- Hamilton SJ1, Chew GT, Watts GF.Coenzyme Q10 improves endothelial dysfunction in statin-treated type 2 diabetic patients. Diabetes Care. 2009 May;32(5):810-2. doi: 10.2337/dc08-1736. Epub 2009 Feb 19.
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