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26-10-2016

O ubiquinol, a forma antioxidante da CoQ10

Ubiquinol Num homem saudável, mais de 90% da coenzima Q10 existe na sua forma reduzida chamada ubiquinol. A investigação mostra que é igualmente esta última que neutraliza mais eficazmente os radicais livres e aumenta a capacidade de produção de energia mitocondrial. O ubiquinol tem também uma biodisponibilidade muito mais elevada do que a CoQ10 que encontrávamos geralmente até agora nos suplementos nutricionais.

Desde a sua descoberta em 1957, a CoQ10 foi amplamento estudada em virtude do papel crucias que desempenha na produção de energia nas mitocôndrias. O termo CoQ10 agrupa três estados de oxidação da molécula: uma forma reduzida CoQ10H2 denominada ubiquinol-10, uma forma oxidada CoQ10 chamada ubiquinona-10 e uma forma intermédia, o radical ubisemiquinona (Q°). De entre estas três formas, apenas a forma reduzida CoQ10H2 é dotada de propriedades antioxidantes. No plasma de sujeitos saudáveis, a relação entre CoQ10H2/CoQ10 é de 95/5, o que mostra que a forma reduzida é muito mais activa. As duas formas, reduzida e oxidada, estão presentes em praticamente todas as células vivas.

O ubiquinol é mais eficaz do que a ubiquinona em determinados mecanismos

O organismo recicla continuamente os seus stocks de CoQ10. Quando é administrada por via exógena, a CoQ10 é inteiramente convertida sob a forma reduzida activa nas mitocôndrias e nas membranas plasmáticas. A toma de suplementos não altera a relação de 95/5 entre CoQ10H2/CoQ10 no plasma.
Vários estudos observaram as concentrações plasmáticas de ubiquinol e de ubiquinona em pacientes com doenças diferentes (hiperlipidemia, hepatite, cirrose, doença das artérias coronárias, diabetes). Verificou-se que a relação entre ubiquinol e ubiquinona era mais baixa nestes pacientes do que nos sujeitos saudáveis. Em pacientes diabéticos os níveis de ubiquinol eram 74% mais baixos do que nos sujeitos saudáveis do grupo de controlo.

É de facto nesta forma reduzida que o organismo a utiliza para catalizar a síntese de ATP nas mitocôndrias. Além disso, para que a coenzima Q10 capte e neutralize os radicais livres e, em especial, o radical hidroxilo altamente reactivo e o radical superóxido – para proteger a integridade dos lípidos das membranas celulares e respectivas mitocôndrias – deve antes ser transformada na sua forma reduzida. Nestes dois principais mecanismos de acção (a capacidade de catalizar a produção de ATP nas mitocôndrias e de agir como antioxidante lipossolúvel), o ubiquinol é muito mais eficaz do que a ubiquinona – a forma oxidada de CoQ10 – a única disponível, até agora, em suplementos nutricionais.

Uma biodisponibilidade muito mais elevada

Quando a CoQ10 é ingerida na sua forma reduzida, obtêm-se níveis sanguíneos mais elevados com doses mais fracas. Em estudos de assimilação em ratos, a absorção de ubiquinol por via oral aumentava os seus níveis sanguíneos duas vezes mais do que a CoQ10 convencional (ubiquinona)1. Os estudos de assimilação no ser humano são ainda mais impressionantes. Um ensaio realizado com japoneses saudáveis mostrou que a toma diária de um suplemento contendo apenas 150 mg de ubiquinol tinha como resultado níveis sanguíneos de CoQ10 de 3,84 mcg/ml. Em sujeitos que tomavam diariamente 300 mg de ubiquinol, os níveis sanguíneos CoQ10 atingiam 7,28 mcg/ml. O ubiquinol era absorvido de forma eficaz e rápida pelo sistema gastrointestinal. Bastaram quatro semanas para conseguir estes níveis elevados sustentáveis2.
Um ensaio clínico utilizou 1200 mg de ubiquinona diários para obter concentrações sanguíneas de 3,96 mcg/ml. Segundo os trabalhos mencionados anteriormente, bastariam 150 mg de ubiquinol para obter esta mesma concentração sanguínea elevada.
A toma de um suplemento com ubiquinol, não só aumenta os níveis sanguíneos deste como faz também subir a relação entre ubiquinol e CoQ10 total. Assim, por exemplo, quando se administra suplemento com ubiquinol a relação entre ubiquinol/CoQ10 total passa a 96 ou 98%, comparativamente a cerca de 80 a 85% com ubiquinona. Além disso, esta relação mantém-se estável durante a administração de ubiquinona.
Um aumento mesmo ligeiro da relação do ubiquinol no sangue pode ter implicações importantes. Com as enzimas um aumento de 3 a 5% pode traduzir-se em potentes efeitos biológicos. A toma de um suplemento com ubiquinol resulta num aumento de 12% da relação entre ubiquinol e CoQ10 total.

O ubiquinol mantém-se durante mais tempo no organismo

Os estudos com animais e no ser humano indicam assim claramente que o ubiquinol é muito mais bem absorvido que a ubiquinona. Mostram igualmente que este se mantém também durante muito mais tempo no corpo.
Num estudo realizado com ratos idosos, foram administradas doses iguais de ubiquinona e de ubiquinol por via oral para avaliar quanto tempo este último se mantinha em nível elevado no sangue. Estes dados podem igualmente explicar porque razão o ubiquinol evidencia efeitos biológicos superiores aos verificados com a ubiquinona. Os resultados deste estudo mostraram que a ingestão de ubiquinol aumenta em mais de 90% os níveis sanguíneos de ubiquinol e que esta subida se mantém durante as oito horas de duração do estudo. A ingestão de uma quantidade igual de ubiquinona nunca conseguiu este aumento de 90%3.
Em resposta à toma de um suplemento modesto em ubiquinol (equivalente a 100 mg diários no ser humano), os níveis sanguíneos de CoQ10 culminaram em 6,0 mcg/ml e caíram para 4,5 após decorridas 8 horas. No grupo que recebeu uma quantidade idêntica de ubiquinona, o pico sanguíneo apenas atingiu 2,1 mcg/ml e caiu 8 horas depois para 1,2. Neste estudo, o ubiquinol estava presente numa concentração 3,75 superior à da ubiquinona após decorridas 8 horas.

A presença de dois grupos hidróxilos

A diferença química entre a ubiquinona e o ubiquinol reside na presença de dois grupos hidróxilos neste último. Estes dois grupos hidróxilos tornam o ubiquinol mais hidrófilo do que a ubiquinona e, por conseguinte, de mais fácil assimilação. A presença destes dois grupos hidróxilos no ubiquinol permite ligações mais sólidas com a água e ajuda a explicar a sua biodisponibilidade muito superior à da ubiquinona. Um vez ingerido, é igualmente absorvido muito mais facilmente pela circulação sanguínea.
Esta forma mais hidrófila de CoQ10 mostra-se também mais estável nas duplas camadas lipídicas das células e poderia ser bem dispersada nas mitocôndrias.
As maiores propriedades hidrófilas do ubiquinol permitem-lhe provavelmente ser mais bem absorvido pelas células, tendo por resultado chegar ao interior, mas especificamente às mitocôndrias. Por outras palavras, o ubiquinol – sendo mais hidrófilo (ou seja, com menor capacidade de se dissolver nas gorduras) – deveria teoricamente ter tendência para ser menos retido nas membranas celulares e atingir concentrações mais significativas nas células. É um mecanismo possível pelo qual o ubiquinol poderia acumular-se de forma mais eficaz que a ubiquinona nas mitocôndrias.

Um papel importante na protecção dos LDL

Aparentemente, o ubiquinol pode prevenir tanto o início como a propagação da peroxidação lipídica, ao passo que o alfa-tocoferol actua exclusivamente inibindo a propagação. Em virtude da sua localização na região hidrófoba da bicamada membranosa dos fosfolípidos (local privilegiado do início e da propagação), o ubiquinol está particularmente bem situado para cumprir estas duas funções. Por outro lado, a sua acção é amplificada por um acesso ao mecanismo enzimático potente que é o ciclo do ubiquinol, que consiste na reciclagem da ubiquinona entre as formas oxidada, reduzida e intermediária SQH, a partir do reservatório de ubiquinona.
O ubiquinol seria assim o único antioxidante lipossolúvel conhecido sintetizado de novo pelas células e para o qual existem mecanismos enzimáticos que permitem regenerar a forma antioxidante responsável pelo seu efeito inibidor da peroxidação lipídica. Estas características, aliadas à sua importante presença nas membranas biológicas e nos LDL conferem-lhe uma actividade antioxidante mais eficaz que a do alfa-tocoferol, sugerindo que ele desempenha um papel importante na defesa celular contra os danos que acompanham o stress oxidativo. O ubiquinol consegue também regenerar a vitamina E4.
Nos LDL, em caso de stress oxidativo, o ubiquinol é o primeiro antioxidante a ser consumido. O teor mais fraco em ubiquinol verifica-se na partícula mais densa (LDL3), também considerada a partícula mas oxidável e a mais aterogénica.

A produção de CoQ10 diminui com os anos

Quando envelhecemos, a capacidade do organismo para produzir e metabolizar a CoQ10 diminui, ao mesmo tempo que aumenta o risco de múltiplas doenças degenerativas. Este declínio pode ser explicado por um grande número de razões, nomeadamente um aumento da necessidade metabólica, doenças, um aporte alimentar insuficiente em CoQ10, deficiências em precursores e em enzimas necessários à sua biossíntese, mutações genéticas ou o stress oxidativo. Alguns dados indicam que a diminuição da CoQ10 começa a surgir por volta dos quarenta anos de idade, ao passo que outros levam a pensar que essa diminuição começaria muito mais cedo, aos 20 anos, seguindo-se um declínio lento mas contínuo 5. Tal resulta num menor grau de energia (a produção de ATP), num abrandamento da conversão da CoQ10 na sua forma reduzida e numa menor protecção contra os ataques oxidativos. Dado que confere uma primeira linha sólida de defesa contra o stress oxidativo celular, o ubiquinol deve ser reconstituído ou fornecido por suplementos para conservar uma saúde ideal.

Atrasa o processo de envelhecimento

A teoria que supõe que se pudéssemos manter os níveis de energia mitocondrial característicos da juventude, inúmeros efeitos nocivos do envelhecimento poderiam ser atrasados surgiu há já muito tempo. E a CoQ10 desempenha um papel crucial na produção saudável de energia mitocondrial.
Para avaliar os efeitos anti-envelhecimento do ubiquinol, um grupo de investigadores levou a cabo um estudo meticuloso em ratinhos com uma senescência acelerada. O modelo de ratinho escolhido permitiu aos investigadores identificar rapidamente os constituintes susceptíveis de atrasar o envelhecimento. Os ratinhos com uma senescência acelerada desenvolvem-se normalmente, mas evidenciam demasiado cedo sinais de envelhecimento, incluindo redução da actividade física, perda de brilho do pelo, pele enrugada, perda de pelo, lesões oculares e desvio da coluna vertebral.
Neste estudo, os ratinhos com senescência acelerada foram repartidos por três grupos. A partir da idade de dois meses o primeiro grupo recebeu uma alimentação normal; o segundo uma alimentação normal enriquecida com ubiquinona e o terceiro uma alimentação normal enriquecida com ubiquinol. O ritmo de envelhecimento dos animais de cada um dos três grupos foi avaliado por classificações de notação.
Como seria de esperar, o nível de envelhecimento acelerou-se bruscamente a partir dos três meses de idade nos animais do grupo de controlo. Nos animais que tomaram uma ou outra forma de CoQ10, o nível de envelhecimento era mais lento do que nos do grupo de controlo. No início da idade madura (cerca dos nove meses), a classificação de notação do grupo de controlo tinha subido para 10 ao passo que a dos dois outros grupos atingia apenas 5,5. O envelhecimento dos animais que tomaram os suplementos havia, portanto, abrandado em 45% relativamente aos animais do grupo de controlo.
A partir dos dez meses de idade, observou-se uma diferença importante entre as duas formas de CoQ10. A classificação de notação dos animais do grupo de controlo subiu para 12, a dos animais que tomavam ubiquinona subiu para 9,9, mas a dos ratinhos que tomavam ubiquinol não ultrapassava 5,9. Isto que dizer que, na idade madura, os animais que tomavam ubiquinol envelheciam 51% mais lentamente do que os do grupo de controlo e 40% menos rápido do que os que tomavam ubiquinona. Aos doze meses de idade as diferenças eram ainda mais marcantes: os ratinhos que tomavam ubiquinol pareciam estar de excelente saúde ao passo que os que tomavam ubiquinona sofriam de alterações degenerativas visíveis e os do grupo de controlo tinham um aspecto medonho 6. A capacidade do ubiquinol de se manter em níveis constantemente elevados na circulação sanguínea poderia ser uma das explicações possíveis para estes efeitos anti-envelhecimento notáveis, muito superiores aos da ubiquinona.

Um efeito anti-fadiga importante

Um grupo de investigadores comparou os efeitos anti-fadiga do ubiquinol e da ubiquinona em ratos idosos medindo quanto tempo estes conseguiam correr numa roda. Neste estudo cruzado, os animais do grupo de controlo que não haviam tomado qualquer CoQ10 evidenciaram uma ligeira diminuição na duração da sua corrida. Durante este tempo, nos animais que tomavam ubiquinona, a duração da corrida aumentou em 60% e em 150% nos animais que tomavam ubiquinol7.

A vantagem de doses inferiores

Inúmeros ensaios clínicos evidenciaram efeitos neurológicos benéficos da CoQ10. Neles foram utilizadas doses relativamente grandes de ubiquinona. Por exemplo, realizou-se um estudo piloto em 80 sujeitos com doença de Parkinson ligeira. Este estudo mostrou efeitos benéficos significativos com a toma de 1200 mg por dia de ubiquinona. Nesta dose, a CoQ10 oxidada parece abrandar a deterioração funcional8. Contudo, 1200 mg diários representam uma dose substancial e dispendiosa. Obter efeitos benéficos semelhantes com doses muito mais baixas de ubiquinol poderia ser particularmente interessante.

O ubiquinol, a ubiquinona e a idebenona têm cada um o seu papel a desempenhar

As duas formas de CoQ10 – o ubiquinol e a ubiquinona – são as duas biologicamente activas. São as duas co-factores activos redox e desempenham um papel metabólico relevante na sua interconversão de uma forma na outra. O ubiquinol é essencial para a manutenção da energia, da homeostasia, para o crescimento celular, o desenvolvimento e a viabilidade, mas todas as formas de CoQ10 são activas e desempenham papéis específicos nas zonas alvo. A ubiquinona é também ela muito importante. Quanto à idebenona, um análogo da CoQ10, confere uma protecção antioxidante muito forte em situação de hipoxia. Nesta situação, a CoQ10 é totalmente ineficaz. É igualmente capaz de aumentar o factor de crescimento das células nervosas e estimula a actividade colinérgica, reforçando assim as capacidades cognitivas.



Referências:
1. Ubiquinol has higher bioavailability compared to ubiquinone, unpublished data, Kanaka Corp.
2. Hosoe K. et al., Study on safety and bioavailability of ubiquinol after single and 4-week multiple oral administration to healthy volunteers, Regul. Toxicol. Pharmacol., 2006 Aug 17.
3. CoQ10 reducing activity in rats, unpublished data, Kaneka Corp.
4. Ingold K.U. et al., Autoxidation of lipids and antioxidation by alpha-tocopherol and ubiquinol in homogeneous solution and in aqueous dispersions of lipids: unrecognized consequences of lipid particle size as exemplified by oxidation of human low density lipoprotein, Proc. Nat. Acad. Sci. USA, 1993 Jan, 1;90(1): 45-9.
5. Linnane A.W. et al., Human aging and global function of CoQ10, Ann. NY Acad. Sci., 2002 April, 959: 508-16.
6. Yan J. et al., Reduced coenzyme Q10 supplementation decelerates senescence in SAMP1 mice, Exp. Gerontol., 2006 Feb, 41(2): 130-40.
7. Anti-fatigue effects in rats, unpublished data, Kaneka Group.
8. Shults C.W. et al., Effects of coenzyme Q10 in early Parkinson disease: evidence of slowing of functional decline, Arch. Neurol., 2002 Oct, (10); 59: 1541-50.
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