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28-08-2017

Romã, a fruta dos deuses

Grenade A romã contém potentes antioxidantes polifenólicos que parecem inibir o desenvolvimento da aterosclerose, reduzir o risco de doença cardiovascular e influenciar a hipertensão. O extracto de romã tem igualmente demonstrado propriedades susceptíveis de travar o crescimento de determinados cancros.

Na Grécia antiga, a romã era sinónimo de vida e regeneração. No Egipto, era considerada como o fruto dos deuses e considerada um símbolo de fertilidade devido à sua forma redonda e sementes em abundância. Podem observar-se ramos de romãzeira nos motivos decorativos dos pilares do templo de Salomão. A romãzeira foi introduzida na Califórnia em 1769 por colonos espanhóis. A utilização medicinal da romã remonta a mais de 3000 anos, mas apenas muito recentemente foi redescoberta a sua eficácia na prevenção de toda uma série de patologias potencialmente fatais.

Um antioxidante potente

A actividade antioxidante do extracto de pele de romã foi evidenciada em diferentes modelos. Administrou-se um extracto de romã a ratos expostos a tetracloreto de carbono, um produto quimicamente tóxico. O pré-tratamento com o extracto de romã protegeu os níveis das enzimas antioxidantes catalase, peroxidase e superóxido dismutase. Ajudou também a proteger o fígado dos animais dos efeitos tóxicos do tetracloreto de carbono.

A romã contém uma grande variedade de flavonóides, que representam 0,2 a 1% do fruto. Trata-se de uma fonte significativa de antocianinas, de glicósidos de delfinidina, de cianidina e de pelargonidina.

É particularmente rica em elagitaninos e em galotaninos, essencialmente concentrados na pele. Os taninos hidrolisáveis, principalmente as punicalaginas e o ácido elágico, são responsáveis por mais de 85% da actividade antioxidante da romã. Este grupo de antioxidantes polifenólicos é conhecido pelo nome de punicósidos.

Benéfica para a saúde cardiovascular

Um estudo recente realizado pelo laboratório de investigação sobre os lípidos de Haïfa, em Israel, explorou os efeitos da toma de um suplemento com antioxidantes polifenólicos em animais. Os investigadores observaram que o sumo de romã estava associado à inibição da oxidação do LDL e a um atraso no desenvolvimento da aterosclerose. De seguida avaliaram o efeito do consumo de sumo de romã em pacientes com aterosclerose e estenose da artéria carótida. Dez pacientes tomaram um suplemento com sumo de romã durante três anos. Após o final do primeiro ano, os resultados mostraram que a espessura íntima-média da carótida – um indicador da progressão da aterosclerose – havia sofrido uma redução de 30% com a toma do suplemento, por oposição a um aumento de 9% verificado no grupo de controlo. Adicionalmente, o sumo de romã havia reduzido de forma significativa os níveis de LDL sérico, aumentando simultaneamente em 130% o estatuto sérico antioxidante. A tensão arterial sistólica foi reduzida em 21% após um ano de consumo de sumo de romã.

Um outro estudo examinou o efeito do consumo diário de 50 ml de sumo de romã em pacientes com hipertensão. Após duas semanas, a tensão arterial sistólica havia baixado em 5% e a actividade sérica da enzima de conversão angiotensina (ACE) havia sido reduzida em 36%. Uma redução da actividade sérica da ACE parece atenuar a aterosclerose, independentemente dos efeitos da hipertensão.

Um estudo iraniano examinou os efeitos de sumo de romã concentrado no perfil lipídico de pacientes com diabetes de tipo II com níveis elevados de lípidos no sangue. Os pacientes tomaram um suplemento com sumo de romã durante oito semanas. Os níveis de colesterol total, de LDL, bem como a relação entre LDL/HDL e colesterol total/HDL sofreram uma redução significativa. Os autores do estudo concluíram que o consumo de sumo de romã concentrado poderia modificar os factores de risco de doença cardiovascular nos pacientes com colesterol elevado.

Aplicações possíveis para o cancro da mama

O cancro da mama é um dos cancros mais comuns que ameaça a mulher menopáusica. O estrogénio mais potente do organismo, o 17-beta-estradiol, desempenha um papel importante na génese e no desenvolvimento de cancros que nas suas primeiras fases dependem de hormonas. Compostos polifenólicos derivados da romã inibem a 17-beta-hidroxisteróide desidrogenase de tipo I, a enzima que converte o estrogénio fraco, estrona, no seu metabolito mais potente o 17-beta-estradiol. Uma forte expressão desta enzima pode ser um indicador de mau prognóstico nas mulheres com tumores da mama, com receptores de estrogénios positivos.

Partindo destes resultados, os investigadores esperam realizar um ensaio clínico para avaliar as aplicações preventivas e terapêuticas da romã no cancro da mama.

Uma influência no cancro da próstata

Num estudo recente, os investigadores mostraram que um extracto de romã inibia o crescimento celular e induzia a apoptose numa linhagem celular de cancro da próstata humano extremamente agressiva. A mesma equipa prosseguiu as suas investigações e testou o efeito da administração por via oral de um extracto de romã a ratinhos aos quais haviam sido implantadas células do cancro da próstata. Observou-se nos ratinhos tratados com o extracto de romã uma inibição significativa do crescimento do tumor. Além disso, a secreção de PSA (o antigene específico da próstata) foi reduzida no soro dos animais.



.Chidambara Murthy K.N. et al., Studies on antioxidant activity of pomegranate (punica granatum) peel using in vivo models, J. Agric. Food Chem., 2002 Aug 14, 50(17) : 4791-5.
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