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06-05-2019

Uma falta de vitamina E associada a inúmeras doenças

Vitamina E Muitas vezes desconhecida, a vitamina E desempenha papéis cruciais no organismo. Infelizmente, os aportes nesta vitamina E são insuficientes para inúmeras pessoas. Ora, a falta de vitamina E pode estar na origem do surgimentos e desenvolvimento de determinadas doenças. É isso que revelam vários estudos publicados durante os últimos anos, como o testemunha um artigo publicado em 2016 na revista Archives Biochemistry Biophysics1. Face a esta constatação alarmante, inúmeros investigadores começaram a interessar-se pelo interesse preventivo e terapêutico da toma de um suplemento de vitamina E. Façamos o ponto de situação destes trabalhos para compreender melhor a importância da vitamina E para a saúde.

A vitamina E – inúmeros papéis cruciais no organismo

A vitamina E é conhecida principalmente pelo seu poder antioxidante, que permite lutar contra os efeitos nefastos do stress oxidativo. As suas propriedades antioxidantes são indispensáveis, nomeadamente para proteger da oxidação os lípidos das membranas celulares e as lipoproteínas2. Além disso, a vitamina E está envolvida em inúmeros processos fisiológicos necessários para o bom funcionamento do organismo, como o lembra um artigo publicado em 2011 na revista Food Nutrition Bulletin3. Com efeito, esta vitamina participa nomeadamente nas funções imunitárias como o controlo da inflamação, na regulação da expressão dos genes ou ainda nos desempenhos cognitivos. Para cumprir todas estas funções, a vitamina E deve ser fornecida pela alimentação. É por isso que é considerada como sendo uma vitamina essencial pois não pode ser sintetizada pelo organismo. Podemos distinguir oito formas de vitamina E – quatro formas de tocotrienóis e quatro formas de tocoferóis. De entre estes últimos, o alfa-tocoferol (α-tocoferol) é a forma mais importante para o ser humano.

As consequências de uma deficiência em vitamina E

Tendo em conta as inúmeras funções da vitamina E, um aporte insuficiente desta molécula pode ter consequências nefastas para a saúde. Apesar de a falta de vitamina E ser geralmente moderada e assintomática, podem surgir deficiências graves. Esta parecem aliás frequentemente associadas ao desenvolvimento de determinadas patologias, como o sublinha um artigo publicado em 2001 nos Annales de Médecine Interne4. Uma deficiência grave em vitamina E poderia nomeadamente estar na origem de determinados problemas neurológicos como a ataxia cerebelar, uma síndrome neurológica progressiva. Poderia igualmente estar associada ao aparecimento de lesões ao nível da região posterior da espinal medula. Para além do aspecto neuropatológico, uma carência em vitamina E pode também estar envolvida em outras afecções de origem intestinal, hepatobiliar ou pancreática. Por último, estudos recentes parecem confirmar a ligação entre uma deficiência em vitamina E e o desenvolvimento de uma síndrome metabólica5.

Milhões de pessoas potencialmente afectadas por uma deficiência em vitamina E

Vários milhões de pessoas poderiam apresentar uma deficiência em vitamina E. É o que levam a pensar vários estudos recentes publicados, relativos à síndrome metabólica. Com efeito, vários investigadores constataram que a vitamina E estaria mais presente nos sujeitos saudáveis do que nos pacientes com síndrome metabólica. Afectando milhões de indivíduos em todo o globo, esta síndrome é considerada o flagelo do século XXI. Frequentemente associada ao excesso de peso, esta síndrome é caracterizada por um conjunto de perturbações de origem lipídica, glucídica ou vascular. Ao desenvolverem-se, estas perturbações podem levar ao aparecimento de determinadas patologias, como a diabetes, as doenças cardiovasculares ou ainda a esteatose hepática não alcoólica, também chamada esteato-hepatite metabólica. Ligada à presença de gorduras no fígado, esta última caracteriza-se por uma degradação deste órgão vital. Estudos recentes revelaram que a toma de um suplemento em vitamina E poderia melhorar o estado do fígado e limitar a sua degradação no caso de uma esteatose hepática não alcoólica. É a razão pela qual vários investigadores pensam que a toma de um suplemento em vitamina E poderia constituir uma pista terapêutica séria em caso de síndrome metabólica.

Resultados encorajadores com a toma de um suplemento em vitamina E

Para avaliar o interesse terapêutico da toma de um suplemento de vitamina E, os investigadores seguiram os efeitos deste tratamento em vários adultos, sendo que alguns apresentavam uma síndrome metabólica. A toma do suplemento realizou-se a partir de uma forma específica de vitamina E, o alfa-tocoferol, associada a hexadeutério. Cada indivíduo tomou 15 mg desta forma de vitamina E, como complemento de uma alimentação específica. Este tipo de alimentação diferia consoante os sujeitos: sem gordura, com teor reduzido de gordura, completa ou à base de leite de soja. O seguimento teve a duração de 72 horas, tendo os investigadores observado resultados muito positivos desde as primeiras horas que se seguiram à toma do suplemento. Com efeito, os cientistas mediram a evolução de biomarcadores da vitamina E: á-carboxietil hidroxicromanol (á-CEHC) e o á-carboximetilbutil hidroxicromanol (á-CMBHC). Estes são catabolitos da vitamina E, ou seja, substâncias derivadas da degradação da vitamina E. O seguimento dos índices plasmáticos destes biomarcadores revelou diferenças significativas entre os sujeitos saudáveis e os pacientes vítimas de uma síndrome metabólica. Estes apresentavam uma falta de vitamina E, que poderia ser compensada pela toma de um suplemento adequado desta vitamina. Apesar de serem necessários estudos complementares, estes primeiros resultados poderiam abrir o caminho para a elaboração de uma solução terapêutica suave para tomar as rédeas da síndrome metabólica. Além disso, este estudo publicado em 2017 na prestigiada revista American Journal of Clinical Nutrition relembra a importância de um aporte adequado de vitamina E para evitar o surgimento de complicações para a saúde.

Além de abrirem perspectivas terapêuticas promissoras, todos estes estudos demonstram mais uma vez o papel crucial da vitamina E. Demasiadas vezes esquecida, esta vitamina está envolvida em inúmeras funções do organismo. É por isso que o risco de uma carência em vitamina E não deve ser tratado com ligeireza.


> Sources :
1. Azzi A, Meydani SN, Meydani M, Zingg JM, The rise, the fall and the renaissance of vitamin E, Arch Biochem Biophys, 2016 Apr 1, 595:100-8.
2. Anses - Agence nationale de sécurité sanitaire de l’alimentation, de l’environnement et du travail, Les vitamines par le menu - Fonctions et sources alimentaires des vitamines, Mis à jour le 24/01/2017.
3. Dror DK, Allen LH, Vitamin E deficiency in developing countries, Food Nutr Bull, 2011 Jun, 32(2):124-43.
4. Feki M, Souissi M, Mebazaa A, Vitamin E deficiency. Etiopathogenesis, clinical, histopathologic, and electrical features, and main etiologies, Ann Med Interne (Paris), 2001 Oct, 152(6):392-7.
5. Maret G Traber, Eunice Mah, Scott W Leonard, Gerd Bobe, Richard S Bruno, Metabolic syndrome increases dietary α-tocopherol requirements as assessed using urinary and plasma vitamin E catabolites: a double-blind, crossover clinical trial, Am J Clin Nutr, January 11, 2017.
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