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16-08-2017

A melatonina – uma hormona natural potente e eficaz

MelatoninaA melatonina é uma hormona natural produzida pela epífise cerebral. A toma de suplementos em melatonina alivia eficazmente os problemas relacionados com o sono. É igualmente utilizada para reforçar o sistema imunitário, reduzir o risco de doenças cardiovasculares, proteger contra as lesões do ADN que conduzem ao cancro e como tratamento adicional deste.

A epífise cerebral, também conhecida por epífise, controla, juntamente com o hipotálamo, os ciclos de vigília/sono. Sob o efeito da escuridão, liberta melatonina, a hormona que regula o nosso relógio interno sobre a posição do sono. O nível de melatonina atinge o seu pico máximo entre a uma e as cinco horas da madrugada. Quando a madrugada surge, a luz inibe a secreção de melatonina e o nosso relógio coloca-se na posição de acordar. Após uma refeição, os seus níveis aumentam, o que explica em parte que possamos ter sono depois de comer.
Uma vez produzida, a melatonina apenas se mantém por 20 a 90 minutos na circulação sanguínea. Dado que é altamente lipossolúvel e um pouco hidrossolúvel, a melatonina penetra facilmente em todos os compartimentos celulares (membrana, citoplasma e núcleo) de todas as células do organismo.
À semelhança do que acontece com a produção de outras hormonas que desempenham um papel crucial no organismo, a produção de melatonina começa a diminuir desde a puberdade, baixando depois regularmente até aos 70 anos, altura em que representa apenas 10% dos níveis da juventude. Esta diminuição da produção de melatonina é também muitas vezes sinal do desencadeamento de inúmeras patologias degenerativas.

Um antioxidante especialmente potente

A melatonina é um dos antioxidantes mais potentes conhecidos. Exerce acções omnipresentes, antioxidantes directas e indirectas, e neutraliza os radicais livres. Além de desintoxicar todo um leque de moléculas altamente reactivas, a melatonina estimula também enzimas antioxidantes. Além disso, um produto derivado da interacção da melatonina com os radicais livres – N1-acetil-N2-formil-5-metoxiquinuramina – é ele próprio um potente neutralizador de radicais livres, com um potencial pelo menos equivalente ao da própria melatonina. Esta capacidade de induzir uma “cascata antioxidante” aumenta ainda mais a resistência da melatonina às lesões oxidativas.

Envelhecimento, melatonina e perturbações do sono

Os idosos sofrem frequentemente de perturbações do sono, em grande parte porque a produção de melatonina, como a de muitas outras hormonas indispensáveis, declina com o passar dos anos. Os despertares precoces ou noturnos e as dificuldades em adormecer tornam-se mais frequentes.
Investigadores do Instituto de Tecnologia Technion, em Israel, estudaram os efeitos da toma de um suplemento em melatonina em idosos com insónia e deficiências em melatonina. Os sujeitos do estudo tomaram durante uma semana 2 mg de melatonina de libertação rápida, 2 mg de libertação prolongada ou um placebo duas horas antes do deitar; a este tratamento seguiu-se um período de dois meses durante o qual os sujeitos tomaram 1 mg de melatonina de libertação prolongada ou um deitar.
O tratamento com 2 mg de melatonina de libertação placebo duas horas antes do rápida ou prolongada melhorou a qualidade do sono dos idosos com insónia. Adormeciam mais rapidamente com a melatonina de libertação rápida, ao passo que a qualidade do sono era melhor com a melatonina de libertação prolongada. Estas melhorias perduravam quando o tratamento passava para 1 mg, mas deterioravam-se com a interrupção do tratamento1.

Evitar o jet lag

O jet lag verifica-se quando o nosso relógio biológico fica dessincronizado. Surge por causa do desfasamento horário, quando fazemos viagens de médio ou longo curso. Poderá ser preciso um dia por cada fuso horário atravessado para que o organismo recupere sozinho um ritmo normal. Desde 1994, a melatonina é amplamente utilizada por quem viaja e pelo pessoal de voo das companhias aéreas para combater o jet lag.

O ritmo circadiano do ser humano, caracterizado pela subida e descida dos níveis hormonais e pelo ciclo familiar sono/vigília está associado ao nascer e ao pôr do sol. A maioria dos métodos que procuram reduzir os efeitos do jet lag partiram deste facto e do facto de os efeitos do ciclo dia/noite serem induzidos pela melatonina.

As estratégias para manipular o ciclo vigília/sono, como as utilizadas para aliviar os sintomas do jet lag, assentam portanto na manipulação da exposição à luz e na toma de suplementos de melatonina em momentos chave.
Investigadores britânicos passaram em revista ensaios clínicos publicados utilizando luz viva, associada ou não à melatonina, para tentar acelerar a reposição do ciclo circadiano após voos simulados ou reais atravessando mais de 5 fusos horários2.
Oito dos dez ensaios evidenciaram uma clara redução do jet lag com a toma de melatonina. Os investigadores concluíram que tomar 2 a 5 mg de melatonina ao deitar após a chegada é um meio eficaz de minimizar os efeitos do jet lag. Para obter a eficácia máxima, a toma de melatonina deve prolongar-se por 2 a 4 dias. Além disso, é preciso prestar atenção ao horário das refeições e à exposição à luz, que acelera a recuperação. Mas, por outro lado, refeições tomadas a horas inadequadas, uma utilização pouco criteriosa de álcool ou de café e a exposição à luz viva a horas erradas atrasam essa recuperação.

Melatonina e doença de Alzheimer

A melatonina parece ser capaz de aliviar determinados sintomas associados à doença de Alzheimer. Perturbações do ciclo de vigília/sono são muito características desta doença, tal como um fenómeno chamado “síndroma do pôr do sol”, que por vezes é acompanhado por agitação e agressividade. Trata-se de uma perturbação do comportamento habitual na doença de Alzheimer, sobretudo quando acompanhada de depressão. Manifesta-se por um agravamento de diferentes sintomas cognitivos e do comportamento, que se verifica durante o fim da tarde. Apesar de as razões para o surgimento destes sintomas não serem ainda muito claras, um determinado número de investigadores pensam que esta síndroma poderia estar ligada a um declínio nos níveis de melatonina.
Os investigadores do Instituto holandês de investigação sobre o cérebro, em Amsterdão, explicam de que forma o declínio da produção de melatonina, que surge com o envelhecimento, pode não só influenciar o ritmo circadiano como também desempenhar um papel no desenvolvimento e nas características da doença de Alzheimer3.
Citam investigações que mostram que o envelhecimento se caracteriza por uma deterioração progressiva dos ritmos circadianos devido em parte a alterações degenerativas do núcleo supraquiasmático e da epífise cerebral, que resultam numa diminuição da produção de melatonina. Citam outros trabalhos que mostram que – em pacientes com doença de Alzheimer – o relógio biológico está gravemente perturbado, e que o grau de perturbação da segregação de melatonina está ligado à gravidade das perturbações mentais causadas pela doença. Declaram que “os pacientes com perturbações do ciclo de vigília/sono têm problemas do ritmo de segregação de melatonina e que o desaparecimento do ritmo diária da melatonina nos pacientes que sofrem de doença de Alzheimer é coerente com perturbações clínicas do ritmo como delírio, agitação ou perturbação do ciclo vigília/sono”.
Para aliviar os síndromas do pôr do sol ou as perturbações do sono nos pacientes com doença de Alzheimer utiliza-se com pouco êxito – por vezes o resultado é mesmo uma exacerbação do problema – sedativos, como as benzodiazepinas, e antipsicóticos, como o haloperidol. Comparativamente, suplementos de melatonina podem parecer mais interessantes dado que poderiam tratar a causa: uma deficiência na produção de melatonina.
Estudos abertos ou controlados indicam uma redução significativa da deterioração cognitiva em pacientes com doença de Alzheimer tratados com melatonina. Estes efeitos benéficos na função cognitiva podem dever-se em parte à capacidade que a melatonina tem de propiciar nos idosos o sono lento e de aumentar as fases reparadoras do sono. Além disso, a melatonina protege os neurónios da toxicidade da beta-amilóide e do desenvolvimento das placas de amilóide associadas à doença de Alzheimer4.

Mecanismos anti-cancro

Ficou demonstrado, em estudos celulares no animal e no ser humano, que a melatonina tem propriedades anti-cancro significativas. A melatonina consegue destruir directamente diferentes tipos de células tumorais humanas. Quando os tumores já estão instalados no organismo, a melatonina consegue inibir a sua taxa de crescimento. A melatonina tem uma actividade oncostática natural que inibe o crescimento das células cancerosas. Pode atrasar o desenvolvimento e o metabolismo de um tumor baixando a temperatura corporal. Antioxidante e indutora de antioxidantes, a melatonina impede os tumores de participar nas lesões radicalares em células normais e, por conseguinte, limita as lesões oxidativas no ADN, nos lípidos, nos aminoácidos e nas proteínas.

Um tratamento adjuvante do cancro

Ensaios clínicos em grande número incorporaram a melatonina no tratamento do cancro – isolada ou associada a outros tratamentos. Ela parece reforçar a eficácia das outras formas de tratamento anti-cancro, reduz os seus efeitos secundários, aumenta a sobrevida e melhora a qualidade de vida dos pacientes.
Quando é utilizada como adjuvante de tratamentos anti-cancro convencionais, a melatonina parece inibir a proliferação de determinadas células cancerosas e poderia ajudar a combater os efeitos secundários tóxicos das quimioterapias e das radioterapias.
Uma revista da literatura identificou perto de 100 estudos realizados no ser humano; 50 desses estudos avaliavam a melatonina como tratamento adjuvante do cancro e os restantes avaliavam os níveis de melatonina endógena nos pacientes com cancro.
Uma meta análise examinou 10 relatórios publicados entre 1992 e 2003 fornecendo os resultados de dez ensaios clínicos aleatórios, controlados por placebo, realizados na Polónia e em Itália, envolvendo pacientes com um tumor tratados com melatonina associada a um outro tratamento. Os investigadores constataram um benefício importante com todas as doses de melatonina utilizadas durante um ano de sobrevida quando a hormona foi testada como tratamento adjuvante em diferentes cancros num estadio avançado. Relativamente aos sujeitos que não tomaram melatonina, os pacientes que tomaram melatonina apresentavam um risco de morte 44% inferior no ano seguinte a inscreverem-se no estudo5.

Aumento da esperança de vida em ratinhos

Ratinhos tomaram todas as noites na sua água de beber 10 mcg/ml de melatonina. No início do estudo, os animais tinham já 575 dias. Não só o tempo de vida máximo dos ratinhos aumentou em 20%, como evidenciaram também vários sinais semelhantes aos de animais mais jovens, como um pelo mais lustroso, maior vigor, mais actividade e melhor porte6. Um segundo estudo envolvendo uma espécie diferente de ratinhos deu resultados semelhantes7.

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1. Melatonin replacement therapy in elderly insomniacs, 1995, 18(7); 598-603.
2. Herxheimer A. et al., Melatonin for the prevention and treatment of jet lag, Cochrane Database Syst. Rev., 2002, (2): CD001520.
3. Wu Y.H. et al., The human pineal gland and melatonin in aging and Alzheimer disease, J. Pineal Res., 2004 Dec 21 (online pub date).
4. Cardinali D.P. et al., Clinical perspectives for the use of melatonin as a chronobiotic and cytoprotective agent, Ann. NY Acad. Sci., 2005 Dec, 1057: 327-36.
5. Melatonin in the treatment of cancer: a systematic review of randomized controlled trials and meta-analysis, 20th Annual Meeting of the American Association of Naturopathic Physicians, August 24 through 26 2005, Phoenix, Arizona.
6. Maestroni G.H.M. et al., Pineal melatonin, its fundamental role in aging and cancer, in: Neuroimmunomodulation: interventions in aging and cancer, Annals of the NY Academy of Sciences, 1988, 521: 140-148.
7. Maestroni G.H.M. et al., Melatonin, stress and the immune system, Pineal Research Review, 1989, 7: 203-26.
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